A vida moderna apresenta desafios constantes: metas, prazos, multitarefas, redes sociais e excesso de informação. Tais fatores podem sobrecarregar o corpo e a mente, elevando os níveis de estresse físico e emocional. Como consequência, muitas pessoas passam a experimentar cansaço excessivo, irritabilidade, falta de concentração e, em alguns casos, sintomas de ansiedade ou depressão.
Nesse cenário, cresce o interesse por alternativas naturais que possam oferecer suporte ao bem-estar. E uma delas, com cada vez mais destaque na ciência, é a cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-terra. Usada há séculos na medicina tradicional asiática, ela vem ganhando espaço como um suplemento natural eficaz no equilíbrio emocional.
O que é a cúrcuma? E o que é a curcumina?
A cúrcuma (Curcuma longa) é uma planta originária do sul da Ásia, muito conhecida pelo seu uso culinário e medicinal. Seu principal composto ativo é a curcumina, um poderoso antioxidante natural com propriedades anti-inflamatórias, neuroprotetoras e moduladoras do humor.
Ela atua em vários sistemas do organismo, ajudando a equilibrar processos inflamatórios e a proteger as células contra o estresse oxidativo — condições frequentemente associadas a desequilíbrios emocionais.
Como a cúrcuma pode ajudar no controle do estresse?
Vários estudos apontam que a curcumina tem ação direta sobre áreas do cérebro relacionadas ao estresse e à regulação do humor, como o eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal). Entre os principais benefícios, destacam-se:
Redução da inflamação
O estresse constante pode aumentar a produção de substâncias inflamatórias no corpo, o que impacta diretamente o humor e a disposição. A curcumina ajuda a diminuir esses marcadores inflamatórios (como TNF-α e IL-6), auxiliando na sensação de bem-estar.
Melhora do humor
Estudos indicam que a curcumina pode aumentar os níveis de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados à sensação de prazer e equilíbrio emocional. Com isso, pode auxiliar na redução de sintomas leves de depressão e ansiedade.
Clareza mental e foco
Por estimular a neurogênese (formação de novos neurônios) e a plasticidade cerebral, especialmente no hipocampo (região ligada à memória), a curcumina pode melhorar a atenção, concentração e resistência à fadiga mental.
Qual a dose ideal? A cúrcuma é segura?
A dose recomendada depende da forma como o suplemento é apresentado. Em geral, os produtos com curcumina padronizada e alta biodisponibilidade (ou seja, melhor absorção) indicam entre 500 mg e 1000 mg por dia. Muitas fórmulas incluem piperina (extrato da pimenta-preta), que aumenta significativamente a absorção da curcumina.
Atenção: Mesmo sendo natural, a cúrcuma deve ser usada com orientação profissional, especialmente para quem faz uso de anticoagulantes, medicamentos contínuos ou tem problemas no fígado ou na vesícula.
A cúrcuma é muito mais do que um simples tempero. Com base científica sólida, ela se apresenta como um aliado natural e seguro para quem busca mais equilíbrio em meio ao estresse do dia a dia.
Incorporar esse ativo na rotina, de forma orientada, pode ser uma excelente forma de cuidar da saúde mental, fortalecer o corpo contra o cansaço e promover mais bem-estar emocional.
Para saber se a cúrcuma é indicada para você e qual a melhor forma de uso, entre em contato com nossa equipe farmacêutica. Estamos aqui para ajudar!
Kaity Alves Rosa
Farmacêutica – CRF: 50.232
Referências:
- Lopresti, A. L. (2017). Curcumin for neuropsychiatric disorders: a review of in vitro, animal and human studies. Journal of Psychopharmacology, 31(3), 287–302. https://doi.org/10.1177/0269881116686883
- Hewlings, S. J., & Kalman, D. S. (2017). Curcumin: A Review of Its' Effects on Human Health. Foods, 6(10), 92. https://doi.org/10.3390/foods6100092
- Panahi, Y., et al. (2015). Curcumin treatment for major depression: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Phytotherapy Research, 29(4), 579–585. https://doi.org/10.1002/ptr.5294
- Esmaily, H., et al. (2015). The effects of curcumin on mental health: a randomized controlled trial. Journal of Clinical Psychopharmacology, 35(4), 406–410. https://doi.org/10.1097/JCP.0000000000000352